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26 de Abril de 2024

Dois dias após impeachment, governo Temer sanciona lei que autoriza pedaladas fiscais

Publicada nesta sexta-feira, a lei flexibiliza o remanejo do Orçamento, justificativa principal para o afastamento de Dilma

Publicado por Cleide Azevedo
há 8 anos

Por Redação, São Paulo (SP)

Dois dias aps impeachment governo Temer sanciona lei que autoriza pedaladas fiscais

Presidente não eleito, Michel Temer, e presidente da Câmara, Rodrigo Maia / Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo não eleito de Michel Temer, representado por seu interino e presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM/RJ), sancionou e publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (2) a Lei 13.332/2016, que flexibiliza as regras para abertura de créditos suplementares sem a necessidade de autorização do Congresso.

Grosso modo, a letra autoriza as pedaladas fiscais, justificativa do afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado na última quarta-feira (31).

A Lei tem origem no Projeto do Congresso Nacional 3/16 e foi aprovada no dia 23 de agosto. O texto autoriza o governo a reforçar, por decreto, até 20% do valor de uma despesa prevista no orçamento de 2016, mediante o cancelamento de 20% do valor de outra despesa. Até então, o remanejamento era restrito a 10% do valor da despesa cancelada.

"Fica autorizada a abertura de créditos suplementares, restritos aos valores constantes desta Lei, excluídas as alterações decorrentes de créditos adicionais abertos ou reabertos, deste que as alterações promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de superávit primário estabelecida para o exercício de 2016", destaca o artigo 4º da Lei.

A mudança na lei orçamentária também possibilita que o governo cancele recursos incluídos por emendas coletivas do Congresso Nacional e direcione os recursos para outras áreas de seu interesse, com exceção das emendas de execução obrigatória previstas na Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO).

Segundo a Agência Senado, o governo não eleito alega que a mudança na lei torna a gestão orçamentária mais flexível, podendo haver, inclusive, o remanejamento de despesas para o Programa de Aceleracao do Crescimento (PAC).

De acordo com os argumentos legais utilizados para oimpeachment, Dilma foi afastada de seu mandato como presidenta exatamente por ter usado os créditos suplementares sem a autorização do Congresso.

Edição: Camila Rodrigues da Silva

Fonte: Brasil de Fato

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5 Comentários

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Ou seja, a Dilma deveria ter mudado a lei e não infringido ela ... se ela precisava de valores maiores, antes havia a previsão para o remanejamento de até 10%, ela poderia ter proposto uma mudança.

Note-se que se mantém a meta de superávit primário. Ou seja, em este não ocorrendo há violação legal. No caso da Dilma não houve superávit como restou restou comprovado, ou seja, não havia o "excedente" que serviria de fonte para as despesas.

Remanejamento sempre houve e sempre haverá, pois se uma área carece de recursos e por motivos justificáveis legalmente um crédito não pode ou por opção não será utilizado mais em uma despesa, deverá ele ficar parado em uma conta? continuar lendo

Difícil de entender. Houve uma luta veementemente para retirar a presidente. Agora, pode. Abra o olho povo brasileiro. Lamentável situação. continuar lendo