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26 de Abril de 2024

Gerson e Adilson sobre selfies e glamourização de Bruno: Brasil decadente, sociedade doente

Publicado por Cleide Azevedo
há 7 anos

Por Gerson Carneiro, especial para o Viomundo

Gerson e Adilson sobre selfies e glamourizao de Bruno Brasil decadente sociedade doente

Brasil decadente.

Em um futuro (próximo), ele vai se tornar parlamentar. Duvida?

Escrever um livro, se tornar comentarista televisivo de futebol e ser chamado de… mito.

Ah, estamos na semana do dia 8 de Março.

por Adilson Filho, especial para o Viomundo

Neste carnaval, no bloco Prata Preta, no Rio de Janeiro, havia um homem fantasiado de goleiro Bruno.

Numa das mãos, carregava um saco de “macarrão”, na outra um saco simbolizando a mulher assassinada.

Rodeado de amigos, amigas e um monte de gente achando o máximo a fantasia dele.

Menos de uma semana depois, a vida imita o carnaval e o próprio, em carne e osso, reaparece tirando selfies com algumas pessoas que estavam achando o máximo estar ali.

A arte imita a vida que imita a arte numa sucessão sombria de eventos que nos obriga uma reflexão: seria a vida real um simulacro daquela representação de péssimo gosto ou vice-versa?

Relato isso, pois acho que esse caso aponta para a forma como nos organizamos enquanto sociedade: nossas escolhas, prioridades e atitudes.

De um lado, enquanto leigo, acho um pouco complicado embarcar no argumento legalista para justificar a sua soltura. É como se ordenamento jurídico brasileiro não fosse manipulado pelos operadores do direito, a ponto das leis se tornarem instrumento perverso da manutenção de privilégios no nosso país.

Do outro lado, vemos diariamente o punitivismo e o justiçamento defendidos geralmente por conservadores. Só que, quando a coisa aperta-lhes os calos, passam a defender o oposto.

Bruno foi solto porque, gostemos ou não, a lei brasileira permite. É um direito. Ponto.

Daí a tirar selfies com ele, como se fosse um popstar, vai uma distância. É como o premiasse pelo que fez.

Um sintoma de uma sociedade doente.

O que fazer?

Pensando hoje friamente, acho que o certo era eu ter protestado, quando vi no bloco aquele sujeito fantasiado de “assassino misógino”.

Ainda que isolado, eu deveria ter-me manifestado contra aquele absurdo.

Combater a misoginia, o racismo e outras formas cruéis de preconceito exige a coragem de se colocar em risco também.

Risco que milhares de pessoas correm diariamente, quando saem às ruas, pelo fato de usarem saia ou por causa da cor da pele

Ao me calar, eu estava, sim, escolhendo um lado.

No Brasil de hoje, violentado por um golpe de Estado tenebroso, deixar de ser “bundão” – perdoem-me, mas essa é a palavra – acho que é o mínimo que podemos fazer.

Fonte: Viomundo

www.viomundo.com.br

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